Há um murmĂşrio de saudades no vento/E uma imensa melancolia no ar/É a relembrança de um suave encantamento/De dois queridos amigos a sonhar Era uma vez duas risonhas crianças/Que viviam em um lugar perfeito/Que se chamava ditosa infância/Um maravilhoso encantado reino O rapazinho sorrindo carinhoso dedilhava/Oseu inseparável afinado violĂŁo/A mocinha envolta em sonhos escutava/A voz amada e a linda canção Amigos desde pequenos enamoraram-se/Metamorfose da amizade em amar/Entre incontidos mirares apaixonaram-se/Enlaçados na ternura do olhar Como era belĂssima a simplicidade/Daquele longĂnqĂĽo saudosĂssimo querer/Que nos cobria com a felicidade/E de esperança transbordava o viver Tanto afeto aproximando dois corações/Que o tempo impiedoso distanciou/Restando apenas bonitas recordações/Em este eu que muito o amou Desfez-se o nosso conto-de-fada/E a nossa venturosa amizade amor/Transformou-se em triste nada/Deixando um quĂŞ de dor Ontem construĂmos nosso castelo/Hoje tantas ruĂnas há somente/E um querer tĂŁo grande e belo/No tempo se perdeu completamente No reino outrora tĂŁo encantado/Agora lastimoso e abandonado/Molha o solo a tristeza/Com as lágrimas da princesa Assim morre essa efĂŞmera histĂłria/Com a ausĂŞncia de um final feliz/Mas vive eterna no coração e na memĂłria/A lembrança do amor que sempre quis Sinto que nunca vou te esquecer/Nesta vida de puro desencanto/E envolvendo o meu nostálgico ser/O pesar que estende o manto E quando findar o meu inditoso viver/Alguma alma piedosa mande inscrever/Aqui jás alguĂ©m que amou tanto/E padeceu do Mal do Desencanto/Deposite, por caridade, na fria lápide uma flor/Para esta que adormeceu com o coração em dor Que a minha morada seja belo jardim/Perfumado por singelas flores/Para que da existância o fim/NĂŁo restem somente as dores.
Autor da mensagem: Desconhecido
Contribuição: Denise Carreira
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